FGV
Auditor de Controle
TCE-RJ
2015

A Constituição Federal de 1988 ampliou o alcance objetivo do controle externo dos atos da Administração Pública a cargo dos Tribunais de Contas, admitindo a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas. Quanto ao conteúdo do controle externo exercido, é correto afirmar que o exame:

Comentário rápido

Alternativa C:

  • Afirmação: “A economicidade compreende a avaliação do resultado que se quer atingir e dos meios escolhidos para esse fim, para o alcance do emprego mais satisfatório dos recursos públicos com o menor dispêndio possível.”
  • Comentário: Correto. A economicidade envolve a análise da relação custo-benefício dos atos administrativos, buscando garantir que os recursos públicos sejam utilizados de forma eficiente e com o menor custo possível, sem comprometer a qualidade dos resultados (custo/benefício). Este conceito é fundamental para assegurar a boa gestão dos recursos públicos.

Comentário longo

Alternativa A:

  • Afirmação: “A legalidade dos atos administrativos deve ficar adstrito à aferição da compatibilidade destes atos com as leis emanadas do Poder Legislativo.”
  • Comentário: Incorreto. O exame da legalidade não se limita apenas à compatibilidade com as leis emanadas do Poder Legislativo, mas também inclui a conformidade com normas infralegais, como decretos, portarias e regulamentos. Portanto, a legalidade abrange todas as normas jurídicas aplicáveis, sejam elas de natureza legislativa ou infralegal.

Alternativa B:

  • Afirmação: “A legitimidade permite a investigação da escolha discricionária com a avaliação da conveniência e oportunidade da realização da despesa pública.”
  • Comentário: Incorreto. A legitimidade refere-se à conformidade dos atos administrativos com os princípios gerais do direito, como moralidade, impessoalidade e interesse público. A avaliação da conveniência e oportunidade é uma característica do mérito administrativo (que se aprende dentro da matéria de direito administrativo), que é discricionário e não pode ser objeto de controle externo pelos Tribunais de Contas.

Alternativa D:

  • Afirmação: “A moralidade e a impessoalidade dos atos administrativos é privativo do controle externo exercido pelo Poder Judiciário e do controle interno exercido por cada poder.”
  • Comentário: Incorreto. A moralidade e a impessoalidade são princípios que também podem ser verificados pelos Tribunais de Contas no exercício do controle externo. Esses princípios são fundamentais para a Administração Pública e podem ser objeto de fiscalização tanto pelo controle interno quanto pelo controle externo.

Alternativa E:

  • Afirmação: “A aplicação de subvenções não alcança os recursos repassados a outros entes federativos por meio de convênios, mas apenas os transferidos a particulares.”
  • Comentário: Incorreto. A fiscalização da aplicação de subvenções inclui tanto os recursos repassados a particulares quanto aqueles transferidos a outros entes federativos por meio de convênios. Os Tribunais de Contas têm competência para verificar a correta aplicação desses recursos, independentemente do destinatário.

O que são subvenções e renúncias de receitas?

Subvenções são formas de apoio financeiro concedidas pelo governo a entidades públicas ou privadas, com o objetivo de promover atividades de interesse público ou social.

Elas podem ser destinadas a diversos setores, como agricultura, indústria, comércio, serviços, educação, saúde, entre outros, e visam incentivar o desenvolvimento econômico e social.

Tipos de Subvenções:

  1. Subvenções Econômicas:
    • Objetivo: Incentivar atividades econômicas específicas, como a produção agrícola, industrial ou comercial.
    • Exemplos: Subsídios para a compra de insumos agrícolas, apoio financeiro para pequenas e médias empresas, incentivos fiscais para indústrias estratégicas.
  2. Subvenções Sociais:
    • Objetivo: Apoiar atividades de caráter social, como educação, saúde, assistência social, cultura e esporte.
    • Exemplos: Financiamento de programas de saúde pública, apoio a instituições de ensino, subsídios para projetos culturais e esportivos.

Renúncia de receita é a concessão ou ampliação de incentivos ou benefícios tributários que resultam em uma redução das receitas arrecadadas pelo governo.

Esses incentivos podem assumir diversas formas e têm como objetivo proporcionar vantagens fiscais a determinados contribuintes ou setores econômicos.

Este assunto cai também em AFO.

Quanto ao controle externo, a Constituição lhe deu um papel importante acerca deste tema:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Renúncias e subvenções-01

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