O Brasil é um país de cidades novas. A maior parte de seus núcleos urbanos surgiu no século passado. Há cidades, entretanto, que já existem há bastante tempo. Contemporâneas dos primeiros tempos da colonização, algumas delas já ultrapassaram inclusive a marca do quarto centenário. Poucas são as cidades brasileiras, contudo, que ainda apresentam vestígios materiais consideráveis do passado.
Se hoje o Rio de Janeiro, fundado em 1565, vangloria-se de seu “corredor cultural”, que preserva edificações da área central construídas na virada do século XIX para o XX, é importante lembrar que as edificações aí situadas substituíram inúmeras outras antes existentes no mesmo local. Nem mesmo o berço histórico da cidade existe mais, arrasado devido à destruição do Morro do Castelo em 1922. E o que falar de São Paulo, fundada em 1554? Da pauliceia colonial e imperial quase mais nada existe, e, se ainda temos uma boa noção do que foi a cidade da primeira metade do século XX, é porque contamos com a paisagem eternizada das fotografias e com os belíssimos trabalhos realizados pelos geógrafos paulistas por ocasião do quarto centenário da cidade.
Há outros exemplos. Olinda, fundada em 1537, orgulha-se de ser patrimônio cultural da humanidade, mas esse título não lhe foi conferido em razão dos testemunhos que sobraram da cidade antiga, em grande parte substituída por construções em estilo eclético ou art déco do início do século passado. E se Salvador, criada em 1549, e Ouro Preto, fundada em 1711, podem gabar-se de manter ainda um patrimônio histórico-arquitetônico apreciável, isso se deve muito mais à longa decadência econômica pela qual passaram, que atenuou os ataques ao parque construído, do que a qualquer veleidade preservacionista local.
Em suma, não é muito comum encontrarem-se vestígios materiais do passado nas cidades brasileiras, mesmo naquelas que já existem há bastante tempo. Há, entretanto, algo novo acontecendo em todas elas. Independentemente de qual tenha sido o estoque de materialidades históricas que tenham conseguido salvar da destruição, as cidades do país vêm hoje engajando-se decisivamente em um movimento de preservação do que sobrou de seu passado, em uma indicação flagrante de que muita coisa mudou na forma como a sociedade brasileira se relaciona com as suas memórias.
Mauricio Abreu. Sobre a memória das cidades. In: Ana Fani Alessandri
Carlos et al (Orgs.). A produção do espaço urbano: agentes e processos, escalas e desafios. São Paulo: Editora Contexto, 2013, p. 21-2 (com adaptações).
Assinale a opção que apresenta um termo que exerce a função de objeto direto na oração do texto I em que ocorre.
Cidades é objeto direto (gabarito: letra D).
No texto, o verbo “haver” está no sentido de “existir”, logo, é impessoal:
Há cidades
Neste caso, há uma oração sem sujeito. Cidades é objeto direto do verbo impessoal “há”.
Vamos às alternativas erradas:
A) Nem mesmo o berço histórico da cidade existe mais.
Colocando na ordem direta:
B) não é muito comum encontrarem-se vestígios materiais do passado
C) muita coisa mudou na forma como a sociedade brasileira se relaciona com as suas memórias
Muita coisa → sujeito do verbo “mudou”.
E) esse título não lhe foi conferido em razão dos testemunhos que sobraram da cidade antiga
Equivalente a:
O que é oração sem sujeito?
O que é oração sem sujeito?
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As orações sem sujeito que você mais vai encontrar em sua prova são aquelas que vêm com o verbo “haver” no sentido de “existir”. Exemplo:
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O que é um objeto direto?
O objeto direto é um termo da oração que complementa o sentido de um verbo transitivo direto, sem ter uma preposição. | |
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