Cespe / Cebraspe
Analista
SEPLAN RR
2023

Texto CB1A1

A governabilidade refere-se à capacidade política de governar, que deriva da relação de legitimidade do Estado e do seu governo com a sociedade. <u>Está</u> presente quando a população legitima o exercício do poder pelo Estado. A legitimidade, nesse contexto, deve ser entendida como a aceitação do poder do governo ou do Estado pela sociedade.

Nesse sentido, os cidadãos e a cidadania organizada são a fonte ou a origem principal da governabilidade, ou seja, é a partir deles (e de sua capacidade de articulação em partidos, associações e demais instituições representativas) que surgem e se desenvolvem as condições para a governabilidade plena.

Vinculada à dimensão estatal, governabilidade diz respeito às condições sistêmicas e institucionais sob as quais se dá o exercício do poder, tais como as características do sistema político, a forma de governo, as relações entre os poderes, o sistema de intermediação de interesses. Representa, assim, um conjunto de atributos essenciais ao exercício do governo, sem os quais nenhum poder pode ser exercido.

Há três dimensões inerentes ao conceito de governabilidade: capacidade do governo de identificar problemas críticos e de formular políticas adequadas ao enfrentamento desses problemas, capacidade de mobilizar meios e recursos necessários à execução e à implantação das políticas públicas e capacidade de liderança do Estado, sem a qual as decisões se tornam ineficientes. A governabilidade, então, significa que o governo deve tomar decisões amparadas em um processo que inclua a participação dos diversos setores da sociedade, dos poderes constituídos, das instituições públicas e privadas e dos segmentos representativos da sociedade, para garantir que as escolhas atendam aos anseios da sociedade e contem com seu apoio na implementação de programas e projetos e na fiscalização dos serviços públicos.

Sob esse enfoque, significa a participação dos diversos setores da sociedade nos processos decisórios que dizem respeito às ações do poder público, uma vez que incorpora a articulação do aparelho estatal ao sistema político de uma sociedade, ampliando o leque possível e indispensável à legitimidade e ao suporte das ações governamentais em busca de sua eficácia.

Em resumo, governabilidade refere-se às condições do ambiente político em que se efetivam ou se devem efetivar as ações da administração, à base de legitimidade dos governos, à credibilidade e à imagem públicas da burocracia. Desse modo, o desafio da governabilidade consiste em conciliar os muitos interesses desses atores (na maioria, divergentes) e reuni-los em um objetivo comum (ou em vários objetivos comuns) a ser perseguido por todos. Assim, a capacidade de articular-se em alianças políticas e pactos sociais constitui-se em fator crítico para a viabilização dos objetivos do Estado. Essa tentativa de articulação que a governabilidade procura é uma forma de intermediação de interesses.

Thiago Antunes da Silva.

Conceitos e evolução da administração pública: o desenvolvimento do papel administrativo, 2017. Internet: <www.online.unisc.br> (com adaptações).

No que concerne aos aspectos linguísticos do texto CB1A1, julgue o próximo item.

No segundo período do primeiro parágrafo, a forma verbal “Está” apresenta sujeito oculto, cujo referente é “legitimidade”, no período imediatamente anterior.

Comentário rápido

Realmente há um sujeito oculto ali, mas o referente é “governabilidade”. Assim:

“A governabilidade está presente quando a população legitima o exercício do poder pelo Estado.”

Para ficar fácil, pergunte ao verbo: QUEM está presente? Lendo o texto, percebe-se que é “a governabilidade”.

Importância do Contexto: O entendimento de sujeitos ocultos depende fortemente do contexto. Neste caso, o contexto nos leva a entender que a discussão ainda gira em torno da governabilidade.

O que é sujeito determinado e indeterminado?

Sujeito Determinado:

  • Simples: Contém um único núcleo (um único elemento que realiza ou sofre a ação), identificável na oração. Exemplo: "O professor explicou a matéria."
    • Núcleo: "professor" (quem explicou? O professor).
  • Composto: Tem mais de um núcleo, ou seja, mais de um elemento realiza ou sofre a ação. Exemplo: "Os professores e os alunos saíram cedo."
    • Núcleos: "professores" e "alunos" (quem saiu cedo? Os professores e os alunos).
  • Implícito (ou oculto): O sujeito não aparece explicitamente na oração, mas é possível identificá-lo pelo contexto ou pela conjugação verbal. Exemplo: "Voltaremos mais tarde." (Quem voltará? Nós, sujeito oculto identificado pela desinência verbal).

Conceito de Sujeito Oculto

  • Definição: Sujeito oculto, também conhecido como sujeito elíptico ou desinencial, é aquele que não aparece explicitamente na oração, mas pode ser facilmente identificado pelo contexto ou pela conjugação verbal.
  • Identificação: Geralmente, é identificado pela terminação do verbo, que indica a pessoa do discurso (primeira, segunda ou terceira pessoa do singular ou plural).
  • É importante lembrar ⇒ Sujeito oculto é determinado! Ele só está oculto!

Sujeito Indeterminado:

  • O agente da ação não é especificado, não sendo possível identificar quem realiza a ação, mesmo que a ação esteja claramente ocorrendo.
  • Pode ser expresso de duas formas principais:
    • Uso do verbo na 3ª pessoa do plural sem que haja um sujeito explícito.
      • Exemplo: "Dizem que o Torneio Tribruxo será um grande evento."
    • Uso do verbo na 3ª pessoa do singular acompanhado do pronome "se" como índice de indeterminação do sujeito.
      • Exemplo: "Vive-se bem em Hogwarts."
  • Verbo no infinitivo pessoal → Enfeitiçar é comum em Hogwarts
Sujeito determinado indeterminado-01

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