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Como diferenciar um advérbio de um objeto indireto?

NÃO CONFUNDA!

Objeto indireto é sempre preposicionado, certo?

Ocorre que adjunto adverbial também pode ser preposicionado.

Na análise textual, você tem que considerar: o que você aprende (teoria gramatical); e: o contexto.

É por isso que estudamos gramática aplicada ao texto!

Na análise sintática, os elementos preposicionados podem ser adjunto adverbial ou objeto indireto.

ADJUNTO ADVERBIAL → EXEMPLOS

  • Carol vem de Brasília. ⇒ "de Brasília" detém circunstância de lugar (é de onde Carol vem). O verbo é intransitivo e "de Brasília" é um adjunto adverbial.
  • Carol acredita que os acertos vêm dos estudos. ⇒ “dos estudos” detém circunstância de causa (por causa dos estudos, os acertos vêm). Você sabia disso? Que existe advérbio de causa? Pois é.
  • DICA: as duas frases parecem completas com advérbio:
    • Carol vem amanhã.
    • Carol acredita que os acertos vêm naturalmente.

OBJETO INDIRETO → EXEMPLO

  • Carol gosta de estudar. ⇒ “de estudar” é um objeto indireto.
    • DICA: veja que a frase não parece completa com advérbio:
    • Carol gosta muito.
      • Mesmo com o advérbio, parece que falta alguma coisa na frase, certo? Gosta muito de quê?

Observação: existir ou não a circunstância é o principal fator para conseguirmos identificar a diferença. COMO vem → advérbio de modo; de QUE LUGAR vem → advérbio de lugar; COM QUEM vem → advérbio de companhia.

Lembretes que estão em outros cartões:

Quando é objeto indireto, o verbo é transitivo (indireto ou direto e indireto).

Quando é adjunto adverbial, o verbo é intransitivo.

  • Lembre-se que os verbos intransitivos têm essa mania de trazer consigo um adjunto adverbial!

Adjunto adverbial ⇒ termo acessório (ele é facultativo)

Objeto indireto ⇒ termo integrante (ele é obrigatório)

Diferença entre adj adv e obj ind-01

Caiu na prova

Cespe / Cebraspe
Analista
STM - Superior Tribunal Militar
2018

Texto 6A1AAA

Está demonstrado, portanto, que o revisor errou, que se não errou confundiu, que se não confundiu imaginou, mas venha atirar-lhe a primeira pedra aquele que não tenha errado,confundido ou imaginado nunca. Errar, disse-o quem sabia, é próprio do homem, o que significa, se não é erro tomar as palavras à letra, que não seria verdadeiro homem aquele que não errasse. Porém, esta suprema máxima não pode ser utilizada como desculpa universal que a todos nos absolveria de juízos coxos e opiniões mancas. Quem não sabe deve perguntar, ter essa humildade, e uma precaução tão elementar deveria tê-la sempre presente o revisor, tanto mais que nem sequer precisaria sair de sua casa, do escritório onde agora está trabalhando, pois não faltam aqui os livros que o elucidariam se tivesse tido a sageza e prudência de não acreditar cegamente naquilo que supõe saber, que daí é que vêm os enganos piores, não da ignorância. Nestas ajoujadas estantes, milhares e milhares de páginas esperam a cintilação duma curiosidade inicial ou a firme luz que é sempre a dúvida que busca o seu próprio esclarecimento. Lancemos, enfim, a crédito do revisor ter reunido, ao longo duma vida, tantas e tão diversas fontes de informação, embora um simples olhar nos revele que estão faltando no seu tombo as tecnologias da informática, mas o dinheiro, desgraçadamente, não chega a tudo, e este ofício, é altura de dizê-lo, inclui-se entre os mais mal pagos do orbe. Um dia, mas Alá é maior, qualquer corrector de livros terá ao seu dispor um terminal de computador que o manterá ligado, noite e dia, umbilicalmente, ao banco central de dados, não tendo ele, e nós, mais que desejar que entre esses dados do saber total não se tenha insinuado, como o diabo no convento, o erro tentador.

Seja como for, enquanto não chega esse dia, os livros estão aqui, como uma galáxia pulsante, e as palavras, dentro deles, são outra poeira cósmica flutuando, à espera do olhar que as irá fixar num sentido ou nelas procurará o sentido novo, porque assim como vão variando as explicações do universo, também a sentença que antes parecera imutável para todo o sempre oferece subitamente outra interpretação, a possibilidade duma contradição latente, a evidência do seu erro próprio .Aqui, neste escritório onde a verdade não pode ser mais do que uma cara sobreposta às infinitas máscaras variantes, estão os costumados dicionários da língua e vocabulários, os Morais e Aurélios, os Morenos e Torrinhas, algumas gramáticas, o Manual do Perfeito Revisor, vademeco de ofício […].

José Saramago. História do cerco de Lisboa. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 25-6.

Com relação à variação linguística bem como aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto 6A1AAA, julgue o item.

 

O vocábulo “daí” e a expressão “da ignorância” exercem a mesma função sintática no período em que ocorrem.

Comentário rápido

A questão pede para analisarmos a função sintática do vocábulo “daí” e da expressão “da ignorância” no texto de José Saramago, com base na diferenciação entre objeto indireto e adjunto adverbial, conforme as dicas fornecidas.

Análise do Texto:

  • “daí” aparece na frase “que daí é que vêm os enganos piores, não da ignorância”. Neste contexto, “daí” refere-se à origem ou causa dos “enganos piores”, indicando a circunstância de onde surgem esses enganos. Portanto, “daí” funciona como um adjunto adverbial de causa.
  • “da ignorância” também aparece na mesma frase, contrastando com “daí”. Aqui, “da ignorância” indica não ser a fonte dos “enganos piores”, sugerindo também uma circunstância de origem ou causa, mas especificamente negando que seja a fonte. Assim, “da ignorância” igualmente atua como um adjunto adverbial de causa.

Comentário longo

A dúvida que fica: por que “daí” e “da ignorância” não são objeto indireto?

Para responder a essa dúvida, vou colocar as frases na ordem direta para fazer a análise com tranquilidade:

Frase 1)

Os enganos piores vêm da falta de sageza e prudência.

Frase 2)

Os enganos piores não vêm da ignorância.

→ Principal dica: tente colocar um advérbio no lugar daquilo que se refere ao verbo:

Frase 1)

Os enganos piores vêm silenciosamente.

Frase 2)

Os enganos piores não vêm aleatoriamente.

Perceba que as frases continuam parecendo COMPLETAS! Perfeito: o verbo é intransitivo, e temos aí um advérbio, que sempre será adjunto adverbial na análise sintática.

Como diferenciar um advérbio de um objeto indireto?

NÃO CONFUNDA!

Objeto indireto é sempre preposicionado, certo?

Ocorre que adjunto adverbial também pode ser preposicionado.

Na análise textual, você tem que considerar: o que você aprende (teoria gramatical); e: o contexto.

É por isso que estudamos gramática aplicada ao texto!

Na análise sintática, os elementos preposicionados podem ser adjunto adverbial ou objeto indireto.

ADJUNTO ADVERBIAL → EXEMPLOS

  • Carol vem de Brasília. ⇒ "de Brasília" detém circunstância de lugar (é de onde Carol vem). O verbo é intransitivo e "de Brasília" é um adjunto adverbial.
  • Carol acredita que os acertos vêm dos estudos. ⇒ “dos estudos” detém circunstância de causa (por causa dos estudos, os acertos vêm). Você sabia disso? Que existe advérbio de causa? Pois é.
  • DICA: as duas frases parecem completas com advérbio:
    • Carol vem amanhã.
    • Carol acredita que os acertos vêm naturalmente.

OBJETO INDIRETO → EXEMPLO

  • Carol gosta de estudar. ⇒ “de estudar” é um objeto indireto.
    • DICA: veja que a frase não parece completa com advérbio:
    • Carol gosta muito.
      • Mesmo com o advérbio, parece que falta alguma coisa na frase, certo? Gosta muito de quê?

Observação: existir ou não a circunstância é o principal fator para conseguirmos identificar a diferença. COMO vem → advérbio de modo; de QUE LUGAR vem → advérbio de lugar; COM QUEM vem → advérbio de companhia.

Lembretes que estão em outros cartões:

Quando é objeto indireto, o verbo é transitivo (indireto ou direto e indireto).

Quando é adjunto adverbial, o verbo é intransitivo.

  • Lembre-se que os verbos intransitivos têm essa mania de trazer consigo um adjunto adverbial!

Adjunto adverbial ⇒ termo acessório (ele é facultativo)

Objeto indireto ⇒ termo integrante (ele é obrigatório)

Diferença entre adj adv e obj ind-01
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