Há dois textos de temática semelhante a seguir.
Texto 1 – “Um mestre (Jesus) em que parece haver tanta autoridade, ainda que sua doutrina seja obscura, merece que seja crido por palavra… pode-se reconhecer sua autoridade, tendo em vista o respeito que lhe rendem Moisés e Elias; isto é, a lei e os profetas, como já expliquei… Não procuremos as razões das verdades que ele nos ensina: toda a razão, é que ele as falou.”
Texto 2 – “Certas pessoas têm fé porque seus pais os ensinaram a crer. Num sentido, é satisfatório: nenhum axioma filosófico abalará essa fé; num outro sentido, é insatisfatório, porque sua fé não vem de conhecimento pessoal.
Outros chegam à fé pela convicção após estudos. Isso é satisfatório num ponto: eles conhecem Deus por íntima convicção; por outro lado, é insatisfatório porque se outros lhes demonstram a falsidade de seu raciocínio, eles podem tornar-se descrentes.”
Comparando os dois textos, é correto afirmar que:
Quer uma dica para acertar com força essas questões de interpretação de texto da FGV? De verdade? Tome cuidado com o seu “balelômetro”. A FGV é craque (não só em questões de interpretação, como em outras matérias também) em ativar o balelômetro da pessoa.
E o que é isso?
É aquela sensação de “isso não pode estar certo”. Às vezes a gente nem raciocina por um segundo, a gente só pensa: “nahhh… essa alternativa é muita viagem”.
Tome cuidado com a FGV, meu caro. Na hora em que você ligar o balelômetro, dê uma segunda chance à alternativa. Releia com calma, querendo entender o que o examinador disse.
É o que acontece com a letra E: o texto 2 mostra o perigo do argumento de autoridade e o risco do livre exame.
Pode ser que você pense: anh? Tá doida, FGV?
…e você acaba tirando a alternativa da sua cabeça.
Mas vejamos as partes da alternativa: “o texto 2 mostra o perigo do argumento de autoridade“. Perfeito! No texto 2, o autor diz que o argumento de autoridade “é insatisfatório, porque sua fé não vem de conhecimento pessoal“.
A segunda parte da alternativa afirma que o texto 2 mostra “o risco do livre exame“. Perfeito. Os estudos (livre exame) são insatisfatórios, de acordo com o texto, porque “se outros lhes demonstram a falsidade de seu raciocínio, eles podem tornar-se descrentes“.
Agora vejamos as demais alternativas.
Letra A) o texto 2 contraria o posicionamento do texto 1 em relação ao argumento de autoridade, pois só reconhece essa autoridade por meio de relações pessoais, e não pela fé;
No início do texto 2, o autor fala justamente da fé!
Letra B) os dois textos contrariam a validade absoluta dos argumentos de autoridade, pois podem ser desacreditados por demonstrações de sua pouca força;
No texto 1, o argumento utilizado é justamente o da autoridade, dando força ao que pensam Moisés e Elias sobre Jesus (no contexto, duas autoridades), por um lado, e dando força à própria palavra de Jesus, que no texto aparece acima da própria razão.
Letra C) o texto 1 condiciona a validade do argumento de autoridade desde que essa autoridade se tenha manifestado por meio de documentos;
No texto 1, não se fala em documentos, mas sim na palavra. Veja o trecho: “Um mestre (Jesus) em que parece haver tanta autoridade, ainda que sua doutrina seja obscura, merece que seja crido por palavra…”
Letra D) os dois textos afirmam a validade absoluta dos argumentos de autoridade, desde que bem embasados;
Errado. O texto 1 diz que não precisa de razão, basta ter fé. Veja o trecho: “Não procuremos as razões das verdades que ele nos ensina: toda a razão, é que ele as falou.”
O texto 2 diz que nenhum axioma filosófico (ou seja, nem mesmo a razão) abalará essa fé. Veja o trecho: “Certas pessoas têm fé porque seus pais os ensinaram a crer. Num sentido, é satisfatório: nenhum axioma filosófico abalará essa fé.”
Qual é o perigo de apertar o balelômetro na hora de responder às questões da FGV?
Confie em mim: se você já fez questões da FGV na vida – de interpretação, de direito, de AFO, o que for –, você já foi vítima do seu balelômetro. | |
Estas questões são MUITO comuns na FGV, e elas fazem vítimas por todo o Brasil. São questões que trazem uma alternativa que você acha:
E aí o que você faz? Você exclui de cara essa alternativa, sem nem mesmo tentar entender o que ela diz. É o que o vencedor do Nobel de Economia Daniel Kahneman chama de "pensamento rápido": quando você opera de forma automática demais, você erra muito fácil. | |
Então, por mais esquisita que a alternativa pareça ser, você vai tentar compreender o que a FGV quis dizer com aquilo! Combinado? Veja o exemplo na questão de concurso que deixei abaixo. |
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