Leia o texto abaixo e responda à questão proposta.
PSICANALISTA, POR FAVOR!
A entrevista de Nayara pelo “Fantástico”, no Dia dos Finados, confirmou o desfuncionamento do GATE no seqüestro de Eloá. Tudo indica que os policiais não têm a formação adequada para tal. E deveriam? O que entendem da subjetividade, da agressividade e da psicopatologia da vida amorosa? Dizer que se tratava de uma “crise amorosa” não é exatamente um diagnóstico (…).Opróprio seqüestrador pediu a substituição de seu interlocutor, o capitão Giovani, para não prejudicá-lo, pois ele poderia dar voz ao “diabinho”. Por que não passar imediatamente o telefone para um psicanalista? O capitão era qualificado para decidir se esse “diabinho” que falava com Lindemberg era uma simples figura de retórica ou uma alucinação? Ora, a injúria e o imperativo alucinatórios são causa freqüente de atos auto e heteroagressivos que podem levar à morte.
As equipes de resgate deveriam ter um psicanalista que as orientasse e pudesse intervir em situações limites. O diálogo que se estabelece com um sujeito visivelmente alterado na urgência não pode ter apenas como guia o senso comum ou a experiência pessoal. O próprio governador José Serra afirmara que o seqüestrador sofria durante as cem horas de terror de “oscilações entre depressão e raiva” (O GLOBO, 19/10/08). O saber do analista vai muito além, pois ele é formado na escola das paixões da alma. Lindemberg teria dito muito mais coisas, pois o analista sabe escutar e fazer as boas perguntas – permitindo ao seqüestrador falar do diabo que o seqüestra. E, assim, orientar o diálogo, tentando fazer Lindemberg passar da exaltação do ciúme-ódio para a tristeza do luto do ciúme-perda. E soltar o objeto (Eloá) que sabia já haver perdido e não se conformava.
Um psicanalista não teria permitido a volta de Nayara ao cativeiro após ter sido liberada, pois teria detectado o perigo que ela corria. O coronel Eduardo Félix justifica tê-lo feito por ela “ter uma cabeça muito boa”. Por que o senhor não chamou um psicanalista e, em vez disso, enviou uma menina de 15 anos para fazer essa função? Nayara disse ao “Fantástico” que Lindemberg achava que a mãe dela (de Nayara) era a responsável por Eloá tê-lo largado(!). Vários elementos vieram à luz cuja importância não pôde ser captada. Tudo isso são hipóteses, dirão os leitores. E têm razão. Mas deve-se tentar na prática as hipóteses advindas do saber sobre o funcionamento psíquico. O psicanalista não é onipresente, sabe do limite. A angústia em mais alto grau é o que gera desarvoramento e conseqüente perda do raciocínio lógico. Eis o que leva, muitas vezes, policiais, assaltantes e seqüestradores a passarem da palavra ao ato. E passam fogo.Um psicanalista, por favor!
(QUINET, Antônio. O GLOBO, 8/11/08, Seção OPINIÃO, 1º Caderno, p. 7.)
Erros na disposição adequada da argumentação denominam-se FALÁCIAS. Nos trechos seguintes, extraídos do 3º parágrafo, “O coronel justifica tê-lo feito por ela 'ter uma cabeça muito boa'” e “Lindemberg achava que a mãe dela (de Nayara) era a responsável por Eloá tê-lo largado”, têm-se exemplos de falácias causadas, respectivamente, por:
Caso você ainda não saiba o que são os outros elementos das alternativas:
O que é relação causa/efeito exagerada?
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Cuidado para não confundir com “simplificação exagerada”. Na relação de causa/efeito existe… bem… uma relação de causa/efeito! | |
Exemplos concretos para você entender a diferença:
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MEDIDA APLICADA LTDA
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