Você está na matéria de

Quais as decisões do TCU e do STF quanto ao orçamento secreto?

Veja que o código "RP 9" é bem famoso, em AFO, e quem deu essa fama ao código foram as emendas de Relator (essa bomba trazida pela política brasileira em 2020). Então, senta, que lá vem novela.

TCU

No parecer das Contas do Presidente (ou Contas de Governo) relacionadas a 2020, o TCU se manifestou assim:

  • "Não foram identificados os critérios objetivos e os referenciais de equidade que nortearam a distribuição das emendas RP-9 entre as capitais que receberam valores mais significativos."
  • "Não foram apresentadas evidências quanto à uniformização da sistemática adotada para a distribuição de recursos federais entre os entes subnacionais beneficiários de emendas de relator-geral, ou de bens adquiridos pela União com tais recursos, de forma que fosse assegurada a equitativa distribuição de bens e recursos de emendas RP-9, mediante procedimentos transparentes e uniformes da formalização das demandas parlamentares aos órgãos setoriais dos ministérios e entidades da administração indireta."

 

Quanto às contas de 2021, o parecer veio com mais problemas percebidos:

  • Após os vetos presidenciais, foram alocados, inicialmente, R$ 18,5 bilhões a título de RP9, dos quais foram empenhados R$ 16,7 bilhões e pagos R$ 6,3 bilhões referentes a despesas do mesmo exercício (37,72%). Não houve recomposição das dotações para a União honrar a integralidade de suas despesas obrigatórias por imperativo constitucional e legal, com dotação subavaliada para o abono salarial em R$ 7,4 bilhões.
  • Fatores críticos da sistemática de inclusão de novas programações por Emendas RP9
    • A sistemática de inclusão de novas programações no PLOA pela via do RP9 levou à supressão de programações necessárias e suficientes para a União honrar despesas obrigatórias (R$ 7,4 bilhões) e despesas discricionárias, inclusive as priorizadas pela LRF para preservação do patrimônio público;
    • A distribuição de emendas RP9 para as áreas de Saúde e Assistência Social não atende critérios objetivos previstos constitucional e legalmente para alocação dos recursos da União nessas áreas;
    • Não há evidência de observância de critérios objetivos nas escolhas alocativas e dos pressupostos que orientam o planejamento governamental, fatores críticos que comprometem a governança orçamentária, com risco potencial de afetar, em razão de disfunções do processo orçamentário, a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais.

STF

A ministra Rosa Weber deferiu pedido de medida cautelar em desfavor do Orçamento Secreto em novembro de 2021. O Plenário do Tribunal ratificou a decisão, dois dias depois, e determinou que fosse dada ampla publicidade quanto à distribuição dos recursos de 2020 e 2021 em 30 dias.

Em dezembro de 2022, as emendas de relator-geral foram definitivamente consideradas inconstitucionais pelo Plenário do STF, por 6 votos a 5.

Veja o quadro-resumo da NT 1/2023 da Câmara dos Deputados quanto às emendas ao orçamento, ao longo dos anos em que foram feitas emendas de orçamento impositivo à Constituição:

TCU e STF sobre orçamento secreto-01

Caiu na prova

FGV
Auditor de Controle
CGE-PB
2024

Determinado Estado membro da Federação brasileira incluiu, em sua Lei de Diretrizes Orçamentárias, tal como fizera a União, a previsão de Emendas do relator geral do orçamento (conhecidas como Emendas RP 9).

À luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, as Emendas RP 9 são:

Comentário longo

Em dezembro de 2022, as emendas de relator-geral foram definitivamente consideradas inconstitucionais pelo Plenário do STF.

Sendo assim, ficaríamos entre a B e a E.

Como funcionavam as emendas de relator (RP 9): existe uma figura chamada “relator-geral do orçamento”, que tem o poder de distribuir uma parte do dinheiro do orçamento (chamado de RP 9).

Ocultação: nesse sistema, não é claro quem realmente pediu o dinheiro. O relator-geral aparece como o responsável por todas essas despesas, mas ele está apenas repassando pedidos que vieram de outros parlamentares, cujos nomes não são divulgados.

Sendo assim, nos resta apenas a letra E: inconstitucionais, pois elas possibilitam a efetivação de despesas resultantes de negociações ocultas entre o Executivo e sua base parlamentar de apoio no Legislativo, o que viola os princípios republicano e da isonomia.

Vejamos um exemplo trazido por Giacomoni (Orçamento Público, 19ª edição, página 269): “No Projeto da LOA para 2020, encaminhado pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional para apreciação e aprovação, o programa 2217 Desenvolvimento Regional, Territorial e Urbano, na parte vinculada ao referido Ministério, estava contemplado com apenas R$ 186 milhões. Depreende-se que os seus órgãos e unidades estavam preparados para executar esses valores, entretanto, por meio das emendas do Relator-Geral, receberam autorização para gastar quase 30 vezes mais, isto é, R$ 5,5 bilhões.”

Quais as decisões do TCU e do STF quanto ao orçamento secreto?

Veja que o código "RP 9" é bem famoso, em AFO, e quem deu essa fama ao código foram as emendas de Relator (essa bomba trazida pela política brasileira em 2020). Então, senta, que lá vem novela.

TCU

No parecer das Contas do Presidente (ou Contas de Governo) relacionadas a 2020, o TCU se manifestou assim:

  • "Não foram identificados os critérios objetivos e os referenciais de equidade que nortearam a distribuição das emendas RP-9 entre as capitais que receberam valores mais significativos."
  • "Não foram apresentadas evidências quanto à uniformização da sistemática adotada para a distribuição de recursos federais entre os entes subnacionais beneficiários de emendas de relator-geral, ou de bens adquiridos pela União com tais recursos, de forma que fosse assegurada a equitativa distribuição de bens e recursos de emendas RP-9, mediante procedimentos transparentes e uniformes da formalização das demandas parlamentares aos órgãos setoriais dos ministérios e entidades da administração indireta."

 

Quanto às contas de 2021, o parecer veio com mais problemas percebidos:

  • Após os vetos presidenciais, foram alocados, inicialmente, R$ 18,5 bilhões a título de RP9, dos quais foram empenhados R$ 16,7 bilhões e pagos R$ 6,3 bilhões referentes a despesas do mesmo exercício (37,72%). Não houve recomposição das dotações para a União honrar a integralidade de suas despesas obrigatórias por imperativo constitucional e legal, com dotação subavaliada para o abono salarial em R$ 7,4 bilhões.
  • Fatores críticos da sistemática de inclusão de novas programações por Emendas RP9
    • A sistemática de inclusão de novas programações no PLOA pela via do RP9 levou à supressão de programações necessárias e suficientes para a União honrar despesas obrigatórias (R$ 7,4 bilhões) e despesas discricionárias, inclusive as priorizadas pela LRF para preservação do patrimônio público;
    • A distribuição de emendas RP9 para as áreas de Saúde e Assistência Social não atende critérios objetivos previstos constitucional e legalmente para alocação dos recursos da União nessas áreas;
    • Não há evidência de observância de critérios objetivos nas escolhas alocativas e dos pressupostos que orientam o planejamento governamental, fatores críticos que comprometem a governança orçamentária, com risco potencial de afetar, em razão de disfunções do processo orçamentário, a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais.

STF

A ministra Rosa Weber deferiu pedido de medida cautelar em desfavor do Orçamento Secreto em novembro de 2021. O Plenário do Tribunal ratificou a decisão, dois dias depois, e determinou que fosse dada ampla publicidade quanto à distribuição dos recursos de 2020 e 2021 em 30 dias.

Em dezembro de 2022, as emendas de relator-geral foram definitivamente consideradas inconstitucionais pelo Plenário do STF, por 6 votos a 5.

Veja o quadro-resumo da NT 1/2023 da Câmara dos Deputados quanto às emendas ao orçamento, ao longo dos anos em que foram feitas emendas de orçamento impositivo à Constituição:

TCU e STF sobre orçamento secreto-01
A discussão ainda não começou.

Faça sua pré-matrícula:

plugins premium WordPress